Plantas mediterrâneas estão florescendo mais cedo por causa das mudanças climáticas, revela estudo publicado na Functional Ecology
- cbioclimamidia
- 4 de jul.
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Por: Gabriela Andrietta
Um estudo recente publicado na revista Functional Ecology revela que as plantas em regiões mediterrâneas estão alterando significativamente seu período de floração em resposta às mudanças climáticas — especialmente ao aumento das temperaturas.
O artigo intitulado “Functional traits predict changes in floral phenology under climate change in a highly diverse Mediterranean community” é assinado pelos pesquisadores Daniel Pareja-Bonilla, Pedro Luis Ortiz e Montserrat Arista, do Departamento de Biología Vegetal y Ecología da Facultad de Biología da Universidad de Sevilla, na Espanha, e por Patrícia Morellato, professora do Departamento de Biodiversidade da Unesp de Rio Claro. A pesquisa investigou 269 espécies de uma comunidade altamente diversa ao longo de 35 anos e revelou que quase 90% delas passaram a florescer, em média, 19 dias mais cedo.
As análises mostraram que essas mudanças não são aleatórias: elas estão diretamente relacionadas aos traços funcionais das plantas — como altura, tamanho da folha, área foliar específica (SLA) e características das flores. Espécies lenhosas, mais baixas, com folhas largas e flores grandes tendem a antecipar o início da floração de forma mais expressiva. Já as espécies que florescem no inverno mostraram-se mais sensíveis às alterações climáticas do que aquelas que florescem no verão.
“As plantas estão florescendo cada vez mais cedo a cada ano em resposta ao aumento das temperaturas”, explica o pesquisador Daniel Pareja-Bonilla, um dos autores do estudo. “Quase 90% das espécies florescem hoje pelo menos 19 dias mais cedo do que nos anos 1980 — isso equivale a um avanço de quase um dia a cada dois anos. É uma taxa muito acelerada, especialmente quando comparamos com outras regiões do mundo.”
Além disso, Daniel destaca que os resultados surpreenderam a equipe: “Os traços funcionais que explicam essas mudanças no Mediterrâneo foram diferentes dos já relatados em estudos de outras regiões. Vimos, por exemplo, que características reprodutivas como o investimento em flores, e o momento do ano em que a planta floresce, tiveram grande peso.”
A pesquisa levanta um alerta sobre o impacto do aumento da temperatura nas dinâmicas ecológicas das florestas mediterrâneas e ressalta a importância de compreender como cada espécie responde às mudanças ambientais com base em suas características próprias.
Confira o artigo na íntegra em: https://besjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1365-2435.70062
1) Dianthus broteri/ 2) Myrtus communis/ 3) Salvia rosmarinus/ 4) Centaurea exarata/ 5)Phlomis purpurea/ 6) Lysimachia monelli 7)Myrtus communis
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