A contribuição de jovens cientistas para perspectivas futuras mais sustentáveis
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O projeto Vozes do Futuro, iniciativa que amplia o protagonismo de jovens cientistas nos debates sobre mudanças climáticas e biodiversidade, reuniu pesquisadores e estudantes na terça-feira, 10 de setembro de 2025, no Instituto de Geociências da Unicamp.
Por: Gabriela Andrietta
A abertura contou com a participação de Ana Maria Frattini Fileti (Pró-Reitora de Pesquisa da Unicamp), Licio Vellosoe Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão (FAPESP) e Jeniffer Natalia Teles (USP/Jovem Cientista FAPESP), com mediação de Karlla Barbosa (Jornalismo Científico – UNESP).
Raquel Tupinambá, doutoranda em Antropologia pela UnB, ressaltou o histórico de exploração da Amazônia e defendeu a centralidade da justiça climática, lembrando que os grupos que menos contribuem para a degradação ambiental são justamente os mais afetados pelas mudanças climáticas.
Na sequência, Paul Dale (ABEMA), Micael Amore Cecchini (USP), Joice Silva de Souza (Unicamp) e Monique Ribeiro Polera Sampaio (INPE) discutiram a relação entre biodiversidade e regulação climática, as causas das mudanças climáticas e a relevância da comunicação para preparar e mitigar desastres. Estudos recentes mostram que eventos extremos, como ondas de calor, afetam diretamente a vida das pessoas, reforçando a urgência de ações coordenadas. As falas da manhã destacaram a necessidade de integrar clima e biodiversidade, unindo ciência, gestão pública e participação social na construção de soluções globais.
A mesa-redonda Adaptações climáticas baseadas em ecossistemas, mediada por Érica Speglich (Jornalismo Científico – BIOTA Síntese), trouxe reflexões sobre como conservar a biodiversidade diante das mudanças climáticas. Foram discutidos os desafios urbanos, a adaptação de espécies como os recifes de corais e a importância de políticas e incentivos financeiros que integrem a proteção da natureza e a manutenção dos serviços ecossistêmicos.
A pesquisadora associada ao CBioClima, Thaís Guedes, alertou que muitas espécies, no futuro, não estarão corretamente contempladas pelas áreas de conservação e defendeu o uso de listas de espécies ameaçadas e de modelos estratégicos para orientar o planejamento de novas áreas protegidas. Já João Pena, também integrante do CBioClima, provocou a reflexão: “Biodiversidade para quem?”, ressaltando que a justiça climática e socioambiental deve enfrentar as desigualdades sociais, produzir conhecimento alinhado às demandas da população, assegurar a participação efetiva da sociedade e priorizar aqueles que mais precisam.
A mesa contou ainda com a participação de Thais Andrade Galvão de Medeiros (Pós-doutorado – INPE), que trouxe uma análise sobre os recifes de coral e os desafios de resistir em um oceano em mudança, e de Patrícia Guidão Cruz Ruggiero (BIOTA Síntese – USP), que apresentou perspectivas sobre incentivos financeiros para serviços ecossistêmicos, atuando em diferentes escalas.
Encerrando o dia, a mesa-redonda Desenvolvimento sustentável frente à crise climática, moderada por Márcio Morrison Kavisk Marcellino (Jornalismo Científico – Unicamp), reuniu Pedro Krainovic (USP), que destacou o potencial da bioeconomia e da restauração florestal; Eduardo Moreira (USP), que apresentou a intensificação ecológica como alternativa para uma agricultura mais resiliente; Viviana Muñoz (Cemaden), que discutiu a vulnerabilidade escolar diante de eventos extremos; e Maria Eduarda Brollo (Unicamp), que analisou políticas públicas e a transição energética. O debate reforçou a importância de integrar ciência, governança e participação social para enfrentar a crise climática e avançar em soluções sustentáveis baseadas na natureza.
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