Carreira, inovação e diversidade marcam o segundo dia do Encontro de Jovens Cientistas
- cbioclimamidia
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Por: Gabriela Andrietta
A manhã do segundo dia do 1º Encontro de Jovens Cientistas – CBioClima foi marcada por debates sobre trajetórias, inovação e carreira científica, com apresentações de Stela Virgilio e do Prof. Dr. Maurício Bacci. As falas trouxeram perspectivas complementares sobre os caminhos possíveis para jovens cientistas, tanto na pesquisa acadêmica como no empreendedorismo.
A primeira apresentação foi conduzida por Stela Virgilio, cientista em Biotecnologia e Genômica e empreendedora. Ela compartilhou a sua trajetória, ressaltando as oportunidades que apareceram durante a sua formação, a construção de redes de contato e as habilidades adquiridas na sua trajetória acadêmica. Stela também relatou os desafios do sequenciamento de DNA no Brasil, que por muitos anos dependia de serviços no exterior, e explicou como essa lacuna motivou a criação da By My Cell, startup especializada em sequenciamento genômico que hoje completa quatro anos e conta com cerca de 25 colaboradores.
A pesquisadora destacou ainda questões relacionadas ao empreendedorismo e aos nichos de mercado emergentes nas áreas de saúde, agricultura e indústria, enfatizando como a formação acadêmica pode impulsionar iniciativas inovadoras na biotecnologia.
Na sequência, o Prof. Dr. Maurício Bacci apresentou uma reflexão aprofundada sobre internacionalização na ciência, estruturando sua palestra em três eixos principais. No primeiro, abordou os benefícios do pós-doutorado, ressaltando como ambientes de excelência, infraestrutura qualificada e redes consolidadas ampliam a formação e a atuação de jovens pesquisadores. No segundo, discutiu estratégias de colaboração, destacando a crescente visibilidade das pesquisas em biodiversidade em revistas científicas e parcerias internacionais. Por fim, tratou das chamadas internacionais e oportunidades, apresentando editais, iniciativas de financiamento e possibilidades abertas por agências como a FAPESP, além de programas que fortalecem redes globais de cooperação.
Bacci reforçou a importância de desenvolver soluções próprias para desafios específicos do Sul Global, como doenças negligenciadas e a agricultura tropical, que apresenta dinâmicas muito distintas das regiões temperadas, e incentivou os jovens cientistas a submeterem projetos, expandirem suas redes e explorarem oportunidades internacionais.
A apresentação “Diversidade, equidade, inclusão e as mudanças climáticas”, de Carolina Medeiros, destacou a importância de incorporar as dimensões da diversidade e inclusão no debate climático, ressaltando como esses conceitos carregam múltiplos significados e implicações práticas. Ela apresentou dados que relacionam vulnerabilidade socioeconômica e impactos das mudanças climáticas, lembrando que que crianças, mulheres, populações rurais e povos indígenas estão entre os grupos que mais sofrem impactos ambientais.
No âmbito acadêmico, ela chamou atenção para o agravamento do chamado “efeito tesoura”, em que a participação feminina diminui conforme avançam os níveis da carreira científica. Trouxe ainda dados da Agência Bori, mostrando a predominância de homens no topo das listas de pessoas mais influentes do mundo.
Após sua fala, Alan Cerqueira compartilhou sua experiência com a organização de núcleos e apresentou a proposta de criação de um Núcleo de Jovens Cientistas do CBioClima, voltado ao fortalecimento da integração e representatividade desses pesquisadores dentro do Centro.
Por fim, Ariadne Sabbag apresentou a proposta de desenvolver um artigo-síntese sobre mudanças climáticas, no âmbito da cientometria, área dedicada a medir e quantificar o progresso científico e frequentemente orientada a responder perguntas de pesquisa específicas.
















