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Estudo que simula condições climáticas revela que a seca pode reduzir fungo mortal em anfíbios, mas aumenta risco de infecção

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    cbioclimamidia
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura

Por: Gabriela Andrietta

Um estudo inovador realizado na Mata Atlântica brasileira mostrou que a seca, embora reduza a presença de um fungo letal em pequenos anfíbios, pode aumentar o risco de infecção ao alterar o comportamento e o microbioma desses animais. A pesquisa,que contou com a participação do Prof. Dr. Célio Haddad,Dr.  Shannon Buttimer e Dr. Guilherme Becker (Pennsylvania State University), foi publicada na revista científica Global Change Biology e contou com a participação de pesquisadores da UNESP, vinculados ao Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças Climáticas (CBioClima).

O trabalho investigou os efeitos da seca sobre a rãzinha-da-mata (Brachycephalus pitanga), espécie endêmica da Mata Atlântica. O experimento de campo foi conduzido no Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia (SP), onde pesquisadores simularam a seca cobrindo parte das áreas com lonas translúcidas para bloquear a chuva por dois meses.

Os resultados mostraram que, durante a seca simulada, a carga do fungo Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) — um dos principais responsáveis pelo declínio global de anfíbios — diminuiu. No entanto, os animais passaram a se concentrar nas poucas áreas úmidas disponíveis, facilitando a transmissão do patógeno entre indivíduos. Além disso, a composição da microbiota da pele dos anfíbios foi alterada, reduzindo a presença de bactérias com potencial de defesa contra o Bd.

Esses efeitos aparentemente contraditórios — redução do patógeno, mas aumento da transmissão e perda de proteção microbiana mostram que o impacto da seca não é direto e simples. Apesar de o fungo precisar de umidade para se desenvolver, a seca pode modificar o comportamento dos animais e a saúde da microbiota cutânea, o que influencia a dinâmica da infecção. Nesse sentido, a pesquisa investiga como eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes em função das mudanças climáticas, podem afetar o equilíbrio entre patógenos e espécies hospedeiras. Segundo o artigo, os resultados ajudam a explicar episódios recentes de mortalidade em massa de anfíbios na Mata Atlântica, como o caso registrado com a espécie Brachycephalus rotenbergae durante a seca de 2019.



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