Oficina leva Genética e Biodiversidade à Expocom do Colégio Dom Bosco em Piracicaba

No dia 17 de maio de 2025, a doutoranda Maria Carolina Rodrigues Valerino da Cunha, orientada pelo Prof. Dr, Maurício Bacci, realizou uma oficina voltada aos alunos do ensino médio sobre Genética e Biodiversidade na Expocom do Colégio Dom Bosco, em Piracicaba, um evento que busca apresentar aos alunos e pais diversas opções de cursos, universidades e profissões.

Por: Gabriela Andrietta

A oficina foi inspirada em um plano de aula de uma sequência didática para o ensino de Genética no Ensino Médio, abordando os conteúdos Mutação, Seleção Natural, Biodiversidade e Evolução, com a utilização de ferramentas didáticas tecnológicas (ferramentas da Bioinformática). A atividade, repleta de ciência e criatividade, convidou os estudantes a simularem o processo de tradução, ou seja, síntese de  uma proteína, a partir de uma sequência de um gene que determina o padrão de coloração e formas nas asas das borboletas. 

  Maria Carolina apresentou conceitos fundamentais da Genética, como DNA, genoma e genes, mutações e fenótipos de forma acessível e dinâmica. Com o apoio do modelo tridimensional de uma célula  eucarionte, contendo  o material genético (DNA) formado por uma linha colorida representando os genes, em um primeiro momento, os alunos simularam a adição de aminoácidos (impressos e dispostos em cartões de cartolina) durante a síntese de proteínas, e em seguida, foram orientados a encontrar em um envelope o fenótipo morfológico correspondente. Em um segundo momento, os  alunos realizaram a tradução a partir de uma outra sequência de DNA, embora bastante semelhante à anterior, para  identificarem uma mutação. Após realizarem a tradução, os alunos abriram um envelope que revelava o resultado da modificação genética simulada.

A atividade proporcionou um ambiente de hipóteses, reflexões, questionamentos e inferências sobre como pequenas alterações na sequência de letras (bases nitrogenadas) dos genes podem provocar grandes mudanças nas características morfológicas dos seres vivos. Também foram abordados os efeitos das mudanças climáticas sobre os insetos, como as mutações podem prejudicar a sobrevivência das borboletas e quais são os impactos da perda da biodiversidade desse grupo animal para os sistemas produtivos ecológicos e para a manutenção dos biomas. 

Posteriormente, foi apresentado para os alunos um banco de imagens com diversas espécies de borboletas, destacando a riqueza da biodiversidade desse grupo animal. Nesse sentido, os estudantes exploraram o conceito de  DNA  compreendendo-o como um "livro de receitas", que determina todas as instruções necessárias para a formação de todos os caracteres da borboleta, desde a cor das asas até os formatos dos pés  e manchas ocelares.

As mutações também podem afetar a reprodução e ou aumentar a vulnerabilidade a predadores. Por exemplo, alterações na coloração das asas podem impedir que a borboleta atraia parceiros, o que reduz as chances de perpetuação da espécie.  Já a ausência ou modificação de uma mancha ocelar na asa ventral de uma borboleta, como na espécie Bicyclus anynana, pode favorecer os ataques dos mantídeos (louva-a-deus) em seus órgãos vitais,  comprometendo a sobrevivência dessa espécie.

A proposta evidenciou que a escola é um espaço capaz de acelerar a disseminação de conhecimento e estimular atitudes sustentáveis desde cedo. Alinhado a essa perspectiva, o CBioClima – Centro de Pesquisa dedicado à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e à conservação da biodiversidade – apoia iniciativas que promovem a conscientização ambiental por meio da educação, incentivando a construção de soluções inovadoras e sustentáveis.

Maria Carolina Rodrigues Valerino da Cunha realizando uma oficina sobre Genética e Biodiversidade na Expocom do Colégio Dom Bosco