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Pesquisadora da Universidade do Texas participa dos Seminários Charles Darwin

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    cbioclimamidia
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Por Emerson José


A pesquisadora Kelly Zamudio apresentou na última terça-feira (21) a palestra “Diversification and Conservation of Neotropical Amphibians” nos Seminários Charles Darwin. O evento, uma iniciativa do CBioClima, foi realizado no auditório da biblioteca da Unesp de Rio Claro. Kelly é referência mundial em biologia evolutiva e conservação de anfíbios neotropicais e professora na University of Texas at Austin (EUA).


Kelly iniciou a palestra citando mecanismos de diversificação dos anfíbios e ecologia de doenças infecciosas. Um ponto salientado foi como os sapos evitam cruzamentos arriscados e o que isso ensina sobre a conservação de anfíbios.


Segundo a pesquisadora, “nas florestas neotropicais, zonas de hibridização — regiões onde duas espécies ou populações distintas se encontram e cruzam — funcionam como ‘laboratórios naturais’ para entender como novas espécies surgem e como os limites entre elas são mantidos. Em um estudo recente com espécies de rãs da Mata Atlântica, pesquisadores descobriram que, em vez de buscar parceiros geneticamente diferentes, os anfíbios preferem acasalar com indivíduos mais próximos geneticamente — um comportamento conhecido como ‘evitação de cruzamento distante’ (outbreeding avoidance)”.


Esse padrão foi observado em duas populações de rãs (Caraguatatuba e Picinguaba). A escolha por parceiros geneticamente similares pode ser uma estratégia para evitar a “depressão por cruzamento distante”, fenômeno que ocorre quando o cruzamento entre linhagens muito diferentes reduz a adaptação dos filhotes ao ambiente local.


Outro ponto bastante citado pela professora foi uma ameaça que põe em risco a sobrevivência de centenas de espécies de anfíbios: os fungos Batrachochytrium dendrobatidis (Bd) e B. salamandrivorans (Bsal). Estudos recentes mostram que o Bd já contribuiu para o declínio de pelo menos 501 espécies de anfíbios nas últimas décadas, sendo que 90 delas estão extintas ou presumivelmente extintas na natureza.


Para prever e combater a susceptibilidade a doenças, Kelly afirma que os cientistas estão recorrendo a uma técnica inovadora: a museômica. Por meio do sequenciamento de DNA extraído de espécimes de museu — alguns coletados na década de 1940 —, é possível comparar a diversidade genética antes e depois do declínio populacional causado pelo Bd.


Essas descobertas reforçam a importância de integrar estudos comportamentais, genômicos e históricos para entender e reverter a crise de biodiversidade que afeta os anfíbios em escala global.


Em breve, a palestra será disponibilizada na íntegra no canal do CBioClima no YouTube. A próxima exposição dos Seminários Charles Darwin será no dia 2 de dezembro, terça-feira, às 13h, com a pesquisadora Fernanda Abra, no auditório do IB.


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