Soluções interdisciplinares marcam discussões sobre mudanças climáticas
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Atualizado: há 22 horas
Por: Gabriela Andrietta
O Workshop do Programa Mudanças Climáticas Globais da FAPESP, realizado nos dias 11 e 12 de setembro, no Instituto de Geociências da Unicamp, reuniu especialistas de diversas áreas para discutir os impactos da crise climática e explorar alternativas de mitigação e adaptação. Setores como agricultura, energia e planejamento urbano, que contribuem significativamente para a emissão de gases de efeito estufa, também sofrem as consequências dos eventos climáticos extremos, cujos impactos comprometem a sua produtividade e geram prejuízos econômicos. Diante desse cenário, foram apresentadas soluções inovadoras e interdisciplinares voltadas à recuperação e fortalecimento dos sistemas ambientais, promovendo práticas transformadoras e mais sustentáveis.
Na abertura, foi apresentado o Plano Estratégico do Programa FAPESP (2020–2030), reforçando o papel da pesquisa científica como base para o enfrentamento da crise climática.
A primeira sessão, realizada na quinta-feira, 11/9, “Biodiversidade e Ecossistemas”, mediada pela Profa. Dra. Patrícia Morellato, diretora do CBioClima, destacou a centralidade da biodiversidade como solução para as mudanças climáticas, evidenciando o seu papel como sumidouro de carbono, reguladora do clima e promotora de bem-estar humano.
Na Sessão Plenária – Modelagem Climática e Ambiental, moderada por David Lapola (Unicamp), foram discutidos avanços em métodos numéricos, infraestrutura computacional, inteligência artificial e sinergias entre clima e uso da terra. Entre os destaques, esteve Guilherme Wolff Bueno, pesquisador associado ao CBioClima, que apresentou um modelo bioeconômico inovador para monitorar, implementar e avaliar riscos climáticos e financeiros em fazendas aquícolas. A programação também incluiu a Sessão Plenária – Socioeconomia e Energia, mediada por Mario Murakami (CNPEM), com foco nos desafios e oportunidades da transição energética.
Na sexta-feira, 12/09, a Sessão Plenária – Saúde e Mudanças Climáticas, novamente sob moderação de Patrícia Morellato, evidenciou como a crise climática impacta tanto a saúde humana quanto a produtividade econômica. Outras mesas, moderadas por Paulo Artaxo (USP) e Luiz Aragão (INPE), aprofundaram discussões sobre mobilidade humana, resiliência social, agropecuária, uso da terra, comunicação científica, governança climática e o papel das tecnologias digitais e do sensoriamento remoto.
Além das plenárias, o CBioClima esteve presente na sessão de pôsteres, apresentando a pesquisa “The impact of climate variability and weather extremes on plant phenology and its implications on biodiversity”, liderada por Patrícia Morellato. O trabalho investiga como a variabilidade climática e os eventos extremos afetam a fenologia das plantas e, consequentemente, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em florestas tropicais no Brasil e na China, combinando ciência cidadã, sensores remotos e redes de fenocâmeras.
O workshop evidenciou que enfrentar a crise climática exige cooperação interdisciplinar, unindo inovação tecnológica, soluções baseadas na natureza, agricultura regenerativa, transição energética e bioeconomia. As discussões reforçaram a importância de transformar a ciência em políticas públicas efetivas e de ampliar a participação da sociedade na construção de alternativas para um futuro inclusivo, resiliente e de baixo carbono.
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